Após escândalo nacional, prefeito de Caaporã, Chico Nazário, se defende da acusação de corrupção: “Vídeo é fake news”
O prefeito de Caaporã, Chico Nazário (União Brasil), divulgou uma nota pública neste sábado (21) para se defender das acusações de corrupção após a repercussão nacional de um vídeo em que aparece recebendo uma bolsa com dinheiro em espécie, às vésperas das eleições municipais de 2024.
No material, o gestor afirma “repudiar com firmeza” as denúncias de suposto recebimento de propina e classificou as imagens como “editadas de maneira oportunista, mais uma fake news para tentar manchar a minha imagem”.
Segundo Nazário, “a verdade será inequivocamente demonstrada na Justiça Eleitoral”. Ele acrescentou ainda que “nunca me submeti e jamais me submeterei a chantagens e ameaças advindas de vídeos manipulados ou qualquer outro artifício dessa natureza”.
O que aconteceu
As imagens, divulgadas inicialmente pelo Jornal da Paraíba e repercutidas nacionalmente pelo site UOL, mostram Chico Nazário com aproximadamente R$ 400 mil em cédulas de R$ 50 e R$ 100 dentro de uma bolsa. O montante teria sido entregue por Sandro Trajano de Freitas, consultor financeiro, como uma doação não declarada oficialmente à Justiça Eleitoral, configurando suposto “caixa 2” da campanha de Nazário e de seu vice, Carlos Monteiro.
No vídeo, o então candidato chega a demonstrar preocupação com a exposição da quantia em sua casa. “Essa minha casa como ela não tem muro na frente, eu fico com medo dos caras coloquem uma câmera aí na frente… E o cara sair com o dinheiro?”, disse sem perceber que estava sendo filmado.
De acordo com as denúncias, em troca do valor, Trajano teria pedido carta branca para indicar a empresa responsável pela coleta de lixo no município.
Contratos de coleta de lixo com dobro do preço
Após tomar posse, Chico Nazário rescindiu o contrato firmado pela gestão anterior para coleta de lixo, no valor de R$ 1,6 milhão por ano, e contratou uma nova empresa pelo dobro do preço: R$ 3,2 milhões anuais para realizar o mesmo serviço.
Segundo dados oficiais do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (TCE-PB), já foram pagos R$ 1,9 milhão à empresa HAC Serviços Ambientais LTDA-ME, sediada em Igarassu (PE), a mais de 50 km de Caaporã. O contrato é alvo de questionamentos, já que a empresa teria sido indicada justamente por Sandro Trajano, o mesmo consultor apontado como responsável pela entrega do dinheiro filmado.
Indicação de aliado
Outro ponto que chama atenção é que Chico Nazário nomeou Sandro Trajano para o cargo de secretário de Articulação Política de Caaporã, com salário de R$ 9 mil. A decisão reforçou as suspeitas de ligação direta entre o consultor e a gestão municipal.
Doações registradas
Conforme consulta ao site da Justiça Eleitoral, Chico Nazário declarou ter recebido doações oficiais apenas dos partidos que compuseram sua coligação – União Brasil e PSDB –, sem mencionar o valor de R$ 400 mil em espécie citado nas denúncias.
Defesa do prefeito
Na nota, Chico reafirmou estar à disposição das autoridades competentes:
“Reafirmo que estou e continuo à disposição da Justiça Eleitoral e do Tribunal de Contas do Estado para todos e quaisquer esclarecimentos”, declarou o gestor.
Apesar das acusações, ele insiste que a troca de empresas na coleta de lixo e demais contratos da prefeitura foram realizados “dentro da legalidade”.
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